Versão resumida

Transição Energética

  • Estratégia e alocação de recursos | Perspectiva | Desempenho
  • Capital manufaturado
  • Capital natural

 

alinhamento aos ODS

 



Atuando na distribuição de combustíveis com a Ipiranga, de GLP com a Ultragaz e no armazenamento de combustíveis com a Ultracargo, o Grupo Ultra acompanha com atenção o agravamento das mudanças do clima e os movimentos para viabilizar a descarbonização da economia. 

Hoje, o Grupo armazena e distribui biocombustíveis, respectivamente, com a Ultracargo e a Ipiranga. Em 2021, a Ipiranga respondeu por 17,5% da comercialização total de etanol do País. A infraestrutura atual dos dois negócios está apta a receber e movimentar volumes mais altos de biodiesel e etanol no curto prazo, e as empresas também já ponderam em seus planejamentos de médio e longo prazos a possibilidade de atender outras soluções de energia de baixo carbono. 

Na busca pela transição para operações com produtos com menor pegada de carbono, a Ultracargo já movimenta atualmente etanol e biodiesel e estuda a viabilidade de terminais de armazenamento e movimentação de combustíveis de transição em portos estratégicos brasileiros. 

Além de distribuir biocombustíveis e deter no portfólio soluções aditivadas que melhoram o desempenho dos motores e reduzem a emissão de poluentes, a Ipiranga integra algumas iniciativas para responder à tendência de eletrificação do setor automotivo. A mais recente prevê a instalação de mais de 40 pontos de recarga elétrica em sua rede no Rio Grande do Sul e São Paulo. Já há outros 50 postos com essa opção – seis na Rodovia Presidente Dutra, entre São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ), que registraram aumento de 350% nas recargas em 2021.

O Grupo Ultra ainda se mantém atento às futuras oportunidades de ingresso no mercado de gás natural, que seria viabilizado pela Ultragaz. Também com a Ultragaz, estuda novas aplicações para o GLP. Tanto o gás natural quanto o GLP são vistos como combustíveis de transição, com capacidade para complementar a oferta de energias renováveis intermitentes. 

Do ponto de vista da alocação de capital, as decisões do Grupo sobre possíveis fusões e aquisições já vislumbram os riscos e oportunidades relacionados à transição da matriz energética brasileira.

Fortalecimento das discussões

Como um dos temas materiais do Grupo, em 2021 a transição energética foi alvo de profundas análises em todas as esferas de governança, desde o GT dedicado ao tema até as reuniões da Diretoria Ultrapar e do Conselho de Administração. Houve, inclusive, a contratação de consultorias especializadas para subsidiar as discussões da alta liderança sobre as consequências da transição energética no planejamento estratégico da Companhia. 

O Grupo também marca presença em fóruns externos que debatem o tema. No Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), integra, por meio da Ipiranga, o Comitê de Transição Energética. Em 2021, foi concluído um estudo de impacto da precificação de carbono para o setor. Em 2022, o IBP deverá elaborar, com o apoio de uma consultoria especializada, o primeiro inventário de emissões do setor de óleo e gás.

  • AMBIÇÃO DO GRUPO

    Planejar e implementar estratégias voltadas à transição para uma economia de baixo carbono.

 


  • Presença no Índice CDP Brasil de Resiliência Climática (ICDPR70) de 2021.

Debate regulatório e tributário

O Grupo Ultra reconhece o potencial do Brasil em liderar a transição para uma economia de baixo carbono de forma ordenada e eficiente, sem afetar o abastecimento da população e impactar negativamente cadeias produtivas e o desenvolvimento econômico do País. No entendimento do Grupo, no entanto, é preciso evoluir os modelos regulatório e tributário do setor de combustíveis, que, em seus formatos atuais, inibem os investimentos em novas tecnologias e em infraestrutura e a maior competitividade do setor. 

As mudanças vistas como necessárias incluem uma reforma tributária que estimule a produção e a competitividade dos diferentes tipos de biocombustível (etanol de segunda geração, etanol de milho, biodiesel e bioquerosene para aviação, entre outros) e a abertura do mercado de biocombustíveis para a livre importação, hoje permitida somente a produtores. Um avanço importante alcançado diz respeito ao novo modelo de comercialização de biodiesel, que entrou em vigor em janeiro de 2022 e permite a negociação direta entre as distribuidoras e os produtores, em substituição aos leilões públicos realizados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).  

 

Carbon Disclosure Project (CDP)

Desde 2008, o Grupo Ultra responde ao questionário Disclosure, Insight, Action, do Carbon Disclosure Project (CDP), que avalia a gestão realizada pelas empresas sobre o tema das mudanças climáticas. O questionário está alinhado ao Task Force on Climate-related Financial Disclosure (TCFD).

Em 2021, o Grupo foi classificado no score C (nível conscientização). As mudanças nos critérios de avaliação do CDP e o maior rigor da Companhia nas respostas ao questionário resultaram em uma avaliação mais baixa em relação ao desempenho do ano anterior (score B, nível gerenciamento), mas ainda figurando na média das empresas da América do Sul.

 

Desempenho em emissões

As emissões de GEE do Grupo foram 2% mais baixas que em 2020. Uma das novidades foi a aquisição dos certificados de energia renovável (I-RECs), que possibilitaram à Ultragaz, Ultracargo e Ipiranga zerar suas emissões indiretas ligadas ao consumo de energia elétrica. A Holding, que apresenta baixo impacto de carbono, adquiriu os I-RECs em 2022, o que a permitirá compensar todas as emissões ligadas à compra de energia de 2021. 

Na Ultragaz, as emissões diretas (escopo 1) foram 8% mais altas que em 2020. A variação se explica pelo aumento no consumo de combustíveis, em função, principalmente, da ampliação da frota própria. No fim do ano, a empresa começou a implementar uma ferramenta de roteirização da logística de entrega aos clientes do segmento granel, que deverá diminuir a quilometragem rodada e, consequentemente, reduzir as emissões do escopo 1.

As emissões diretas da Ultracargo foram 45,7% mais baixas que em 2020. Abastecidos por GLP, os queimadores de compostos orgânicos voláteis (VOCs) do terminal de Santos (SP) são a maior fonte de emissões diretas da empresa e, como condicionantes da licença ambiental, não podem ser substituídos. A movimentação de combustíveis no terminal caiu cerca de 60% em 2021, o que diminuiu a necessidade de acionamento dos queimadores ao longo do ano. Adicionalmente, no último trimestre do ano, um dos queimadores apresentou falha, reduzindo o consumo de GLP. Além de notificar o órgão ambiental, a empresa redirecionou seu fluxo para o outro queimador em operação. 

Na Oxiteno, as emissões diretas ficaram praticamente estáveis em relação ao ano anterior (aumento de 1,6%). A empresa segue utilizando gases residuais de parceiros para a geração de vapor de suas caldeiras – atualmente, esses gases representam 8% da matriz energética da empresa. Também comercializa os gases decorrentes da fabricação do óxido de eteno, empregados como matérias-primas em outros processos produtivos. Em 2021, 40.792 toneladas de CO2 foram vendidas para a White Martins em Camaçari e 7.291 toneladas de CO2 para a Air Liquide em Mauá (SP). 

A pegada de carbono total da Ipiranga diminuiu 3% em relação a 2020. Houve ligeiro aumento nas emissões do escopo 1 (1%) e redução de 4% nas emissões do escopo 3. No escopo 2 (energia elétrica), o crescimento expressivo é reflexo das variações do fator de emissão do Sistema Interligado Nacional (SIN). 

A Extrafarma registrou redução de 56,9% em suas emissões diretas graças à diminuição do consumo de combustíveis fósseis nos geradores e na frota própria – em 2021, a empresa realizou um projeto para otimização de rotas. As emissões do escopo 2 ficaram estáveis e as do escopo 3 caíram 26%, especialmente em função do menor número de viagens corporativas. A Extrafarma também terceirizou parte da distribuição, o que acarreta aumento das emissões do escopo 3. Essas emissões da frota terceirizada, no entanto, ainda não são monitoradas pelo negócio. 

Tecnologia como viabilizador

Nos últimos anos, o Grupo Ultra vem intensificando os investimentos em pesquisa e inovação, essenciais para acelerar a transição energética. Na Ultragaz, foram destinados R$ 21,6 milhões para o desenvolvimento de inovações para o GLP em 2021 – soluções que possibilitam a substituição de fontes de energia mais poluentes pelo GLP e que priorizam o consumo mais eficiente desse insumo, contribuindo para a diminuição da pegada de carbono dos clientes.

 

Empresários pelo Clima

Consciente de que a transição para uma economia de baixo carbono depende do esforço coletivo de governos e organizações privadas dos mais distintos setores, o Grupo Ultra assinou a carta Empresários pelo Clima, lançada em setembro pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS).

O posicionamento defendeu a definição de objetivos climáticos ambiciosos e o protagonismo brasileiro na agenda climática mundial pouco antes da 26ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP26).

Emissões totais de GEE 2021 – NEGÓCIOS (tCO2e)

 

Carbono zero ipiranga

A Ipiranga compensa todas as emissões diretas (escopo 1) e relacionadas ao consumo de energia elétrica (escopo 2) desde 2014. Também disponibiliza opções para que os consumidores neutralizem suas pegadas de carbono.

A iniciativa é parte do Programa Carbono Zero Ipiranga, que ainda conta com as frentes de monitoramento e redução de emissões.

Painel ESG

Emissões totais de GEE – Grupo Ultra (tCO2e)

Intensidade de emissões de GEE (escopos 1 e 2) 2021

Negócio Intensidade de emissões 2021 Variação
2021 X 2020
Holding 0,81 tCO2e/colaborador + 11,4%
Ultragaz 0,0111 tCO2e/t de GLP comercializado + 15,6%
Ultracargo 0,0011 tCO2e/t de produto movimentado – 78,4%
Oxiteno 0,4400 tCO2e/t de produto fabricado + 2,3%
Ipiranga 0,0006 tCO2e/t de produto comercializado sem variação
Extrafarma 0,0028 tCO2e/faturamento (R$ mil) – 65%